A Necessidade do Esforço
Em
troca de tanta bondade, o Pai celeste rogava aos corações mais esforço no
aperfeiçoamento da vida.
O
povo, no entanto, observando que tudo lhe vinha de graça, começou a menosprezar
o serviço.
O
mato inútil cresceu tanto, que invadia as casas, onde toda a gente se punha a
comer e dormir.
Ninguém
desejava aprender a ler.
A
ferrugem, o lixo e o mofo apareciam em todos os lugares.
Animais,
como os cães que colaboram na vigilância, e aves, como os urubus que auxiliam
nas obras de limpeza, eram mais prestativos que os homens.
Vendo
que ninguém queria corresponder à confiança divina, o Pai celestial mandou
retirar as facilidades existentes, determinando que os habitantes da Terra se
esforçassem na conquista da própria manutenção.
Desde
esse tempo, o ar e a água, o Sol e as flores, a claridade das estrelas e o luar
continuaram gratuitos para o povo, mas o trabalho forçado da alimentação passou
a vigorar como sendo uma lei para todos, porque, lutando para sustentar-se, o
homem melhora a terra, limpa a habitação, aprende a ser sábio e garante o
progresso.
Deus
dá tudo.
O
solo, a chuva, o calor, o vento, o adubo e a orientação constituem dádivas dele
à Terra que povoamos e que devemos aprimorar, mas o preparo do pão de cada dia,
por meio do nosso próprio suor e da nossa própria diligência, é obrigação comum
a todos nós, a fim de que não olvidemos o nosso divino dever de servir,
incessantemente, em busca da Perfeição.
(Do
livro Pai Nosso, Capítulo V, do Espírito Meimei, psicografia de Francisco
Cândido Xavier.)