Recado aos Trabalhadores

                                   O Ideal de Perfeição
Este ideal está gravado em nosso inconsciente. 
Aspiramos a uma meta evolutiva traçada pelo Criador. Nos vemos como seres incompletos e, por isso, sujeitos ao erro. O olhar que temos sobre nós, muitas vezes, é diferente do que lançamos ao outro. 

No convívio diário nos grupos espíritas, aprendemos que cada um tem seu ritmo de progresso. ...

Ao nos avaliarmos, em geral, tentamos justificar nossos equívocos, mas, quando se trata do outro, exigimos dele a perfeição que não temos, ou seja, o erro alheio ganha destaque e, os nossos, se tornam invisíveis. ...
Convivemos harmoniosamente com uma pessoa por anos, até o momento em que ela comete um deslize. Então, todos os seus aspectos positivos desaparecem, e passamos a perceber só o seu erro. Será que os Espíritos 
Benfeitores apenas nos observam pelos erros?

Mesmo sabendo que um dos apóstolos o trairia e que outro o negaria três vezes, Jesus não os afastou de sua companhia. Ele conhecia profundamente a personalidade humana, suas fraquezas. Seus ensinos nos remetem, não a ser coniventes com os erros alheios, mas a entender a fragilidade humana. 

O espírita busca, no estudo dos ensinamentos éticos, filosóficos e científicos, ampliar seus horizontes com a convicção de que neles encontramos elementos 
para o progresso da humanidade. Mas, no convívio em nossas instituições, ante os desacordos, os conflitos de opiniões, há os que julgam implacavelmente a 
conduta alheia.

Allan Kardec afirmou em discurso aos espíritas de Lyon e Bordéus (Viagem Espírita em 1862): “Minha medida de apreciação seria pois a caridade, isto é, 
eu observaria aquele que falasse menos mal de seu adversário, que fosse mais moderado em suas recriminações”. Kardec nos lembra da caridade e fundamenta sua postura: “Aqui na Terra, onde ninguém é infalível, a indulgência recíproca é uma consequência do princípio da caridade, que nos leva a agir com os outros como gostaríamos que os outros agissem conosco”. 

O Espiritismo nos ensina que o exercício da tolerância está relacionado a um nível de compreensão da condição humana. Toda melhoria deverá ter início 
onde é mais importante: no próprio coração.


(Jerri Roberto de Almeida, “
A Convivência na Casa Espírita”, adaptado.)
Trabalho 
Solidariedade 
Tolerância