Boa crítica exige bons fundamentos. Toda crítica precisa ter: conhecimento de causa e argumentos. Disse Kardec em “O que é o Espiritismo”, cap. I:
...É de lógica elementar que o crítico conheça, não superficialmente, mas a fundo, aquilo que fala, sem o que sua opinião não tem valor. ..
Kardec não combate a crítica em si, mas a forma superficial, até maldosa, como ela é feita às vezes. ..
Nos grupos espíritas, críticas e críticos são comuns, mas a crítica tem que ter credibilidade e sustentação. Como o homem tem seu livre-arbítrio e opinião sobre as coisas, compreende-se que a crítica faça parte de sua vida, mas a prudência e a convivência são importantes para que ela não cause desconforto e desunião. Bem fundamentada, serve de questionamento e alavanca ao progresso.
Kardec criticou com conhecimento o pensamento materialista e o dogmatismo religioso vigente, e enfrentou resistência de vários setores sociais por mexer em zonas de conforto já cristalizadas. Nas Casas Espíritas, há irmãos que vivem a criticar, sempre procurando falhas no trabalho, na organização e no comportamento alheio. E notamos que esses são, em geral, os que menos se envolvem nos trabalhos. Desafiador é o processo de construção.
Para ser bom crítico, é indispensável envolver-se e participar ativamente do grupo. E vigiar o orgulho e a vaidade, para que não se tornem personalismo
desagregador. Em Casas Espíritas, como em qualquer outro setor, é fundamental saber lidar com as críticas, pois, se existe a crítica mal direcionada,
há também a crítica mal aceita. Vemos criticar-se o presidente da Casa por falta de empenho, por não tomar certas atitudes ou tomá-las erradamente. Devemos antes olhar o todo. Há companheiros valorosos na direção, que, dentro de seus limites naturais, buscam fazer o seu melhor.
Cada um tem, no patamar evolutivo em que está, limitações temporais e potencialidades crescentes. A assimilação da doutrina é que vai tornar a convivência cordial e fraterna até nas divergências. Assim, a forma de “fazer e receber uma crítica” deve se alicerçar nos valores espirituais que nos guiam.
(Jerri Roberto de Almeida,
“A Convivência na Casa Espírita”, adaptado.)
Trabalho
Solidariedade
Tolerância