Editorial - dezembro 2015

“NATAL... Diante do bolo iluminado, abraças, feliz, os entes amados... Entretanto, quando penetrares o templo da oração, reverenciando o Mestre que dizes amar, mentaliza o estábulo pobre. Lembra‑te do Senhor, renunciando aos caminhos constelados de luz para acolher‑se, junto dos corações humildes que o esperavam, dentro da noite, e desce também da própria alegria, para ajudar no vale dos que padecem...

Contemplarás, de alma surpresa, a fila dos que se arrastam, de olhos enceguecidos pela garoa das lágrimas. Ladeando os velhinhos que tossem ao desabrigo, há doentes e mutilados que suspiram pelo lençol de refúgio na terra seca. Surgem mães infelizes que te mostram os filhinhos nus e crianças desajustadas para quem o pão farto nunca chegou. Trabalhadores cansados falam de abandono e jovens subnutridos se referem ao consolo da morte...
 
Divide, porém, com eles o tesouro do teu conforto e da tua fé e, nos recintos de palha e sombra a que te acolhes, encontrarás o Cristo no coração, transfigurando-te a vida, ao mesmo tempo que, nos escaninhos da própria mente, escutarás, de novo, o cântico do Natal, como que repetido na pauta dos astros:
Glória a Deus nas alturas e boa vontade para com os homens!...”