Autoritarismo produz crises na convivência. Intolerância não vence intolerância, mas atitudes amorosas vencem a intransigência respeitando a coexistência das várias opiniões, crenças e saberes. ...
Porém passividade diante do erro, a pretexto de tolerância, é visão distorcida que não melhora o indivíduo e perverte as instituições. O erro pode ser “tolerado” se compreendido dentro dos limites evolutivos do Espírito.
Quando se busca o caminho educativo da reparação, a tolerância se torna parte do processo evolutivo, sem se mudar em permissividade. Nas Casas Espíritas priorizamos o comprometimento com a Doutrina, seguido pelo cumprimento de estatuto e regimento, que normatizam os objetivos da Casa. Isso não é adotar disciplina opressora, mas fraterna, que exige um olhar profundo sobre o sentido da tolerância, para que não a associemos ao “tudo pode” em nome da caridade.
Tolerar não é ter postura neutra, encobrindo a verdade, mas a verdade deve ser revelada com fraternidade. Podemos definir tolerância como a capacidade de sentir a humanidade, a incompletude do outro, seus limites e possibilidades evolutivas, respeitando seu modo de ser e de agir. Vejamos o que afirmou Allan Kardec na “Viagem Espírita em 1862”: Aqui na Terra, onde ninguém é infalível, a indulgência recíproca é uma consequência do princípio da caridade, que nos leva a agir para com os outros como gostaríamos que os outros agissem para conosco.
Kardec convoca-nos para esse sentimento de humanização, que nos torna possível realizar a experiência da fraternidade e da caridade como a entendia Jesus. A indulgência é esse olhar mais profundo para o outro. Para isso relevante, em nossa convivência na Casa Espírita, manter o coração enternecido nos ensinamentos de Jesus e Kardec.
Trabalho
Solidariedade
Tolerância
(Jerri Roberto de Almeida, “A Convivência na Casa Espírita”, adaptado.)