Humanidade Real (Lucy Dias Ramos)

Aprendemos com Jesus, por Seus exemplos de amor na grandeza de Seus gestos, as diretrizes seguras para a conquista das luzes da razão e do discernimento diante das lutas e desagravos da vida. ...

Seus ensinamentos nos demonstram a co­erência dos acontecimentos que, aparentemente, seriam julgados como perdas ou fracassos, mas que estão a nos concitar ao crescimento espiritu­al, despojando de nosso mundo íntimo o orgulho e a presunção de que somos privilegiados ou me­lhores que nossos irmãos de humanidade. 

Na longa caminhada através das vidas sucessi­vas que se entrelaçam e completam no concerto da imortalidade, vamos depurando nossas almas, registrando fatos e vivências que enriquecem nossos espíritos à luz da racionalidade. Se errar­mos e nos comprometermos diante da Lei natu­ral, retornaremos para a correção devida, para os reajustes necessários que nossa consciência ética impõe.

Vamos, assim, passo a passo, vivendo e apren­dendo com os desacertos, os enganos, as possi­bilidades que se descortinam diante de nós como ensejos de desenvolvimento moral, ampliando, em cada fase, a compreensão do sentido real da vida e da nossa destinação espiritual.

Jesus, diante de Pilatos, fronte erguida e superior a tudo e todos que o acusavam, sofre os apupos do povo desvairado e ignorante, mas diante do sofrimento moral a que estava sendo submetido, recebe a mais expressiva designação, quando Pilatos diz: eis o homem,numa lição inesquecível demonstrando como devemos nos portar diante de situações desesperadoras. 

Com Sua supre­macia moral, Jesus exemplificou como deverí­amos nos conduzir quando submetidos a julga­mentos injustos, diante da calúnia, do desamor e desdenhados pela inveja... E de maneira insu­perável após a crucificação, prova nossa condi­ção de seres imortais, retornando ao convívio dos discípulos. Aprendemos com este exemplo a temporalidade da vida física, quando nos alerta para a conquista da humanidade real, sublimada pelo amor. 

Atra­vés do amor, libertamo­-nos das algemas do ódio, do orgulho e do egoísmo. Caminharemos livres e seguros buscando a libertação espiritual, dig­na dos que, vencendo o mundo, venceram a si mesmos, elegendo a paz e a fraternidade como diretrizes de vida. Compreenderemos então que a humanidade reage a meta de todos nós, filhos de Deus! 

(Texto do livro “Arquivos do Coração – Editora Solidum