Sustentabilidade como Valor Espiritual

É possível que alguns espíritas se mantenham cautelosos em relação à necessidade de modificarmos com urgência nossos hábitos e comportamentos em favor da sustentabilidade, escorados talvez na premissa determinista de que tudo se resolverá quando se completar a transição da Terra (de mundo de expiações e de provas para mundo de regeneração). ...

[...] ...não há mágica no processo evolutivo: nós somos os construtores do mundo de regeneração e, se não corrigirmos o rumo na direção de uma sociedade sustentável, prorrogaremos situações de desconforto já amplamente diagnosticadas.

Não é possível, portanto, esperar a chegada de um mundo de regeneração de braços cruzados. Até porque, sem os devidos méritos evolutivos, muitos de nós deveremos retornar a este nosso mundo pelas portas da reencarnação. Se ainda quisermos encontrar aqui estoques razoáveis de água doce, ar puro, terra fértil, menos lixo e um clima estável – sem os flagelos previstos pela queima crescente de petróleo, gás e carvão, que agravam o efeito estufa – deveremos agir agora, sem perda de tempo.

(André Trigueiro, “Espiritismo e Ecologia”, cap. 19, FEB.)