“Feliz, pois, daquele que pode
todas as noites adormecer, dizendo: Nada tenho contra o meu próximo.” Quantas vezes perdoarei a meu
irmão? Perdoar-lhe-eis, não sete vezes,
mas setenta vezes sete vezes.
Aí tendes um dos ensinos de Jesus que mais vos devem
percutir a inteligência e mais alto falar ao coração. Confrontai essas palavras
de misericórdia com a oração tão simples, tão resumida que ensinou a seus
discípulos, e o mesmo pensamento se vos deparará sempre.
Ele, o
justo por excelência, responde a Pedro: perdoarás cada ofensa tantas vezes
quantas ela te for feita; ensinarás a teus irmãos esse esquecimento de si
mesmo, que torna uma criatura invulnerável ao ataque, aos maus procedimentos e
às injúrias; serás brando e humilde de coração, sem medir a tua mansuetude; farás,
enfim, o que desejas que o Pai celestial por ti faça.
Dai, que o Senhor vos
restituirá; perdoai, que o Senhor vos perdoará; abaixai-vos, que o Senhor vos
elevará; humilhai-vos, que o Senhor fará vos assenteis à sua direita. Espíritas,
jamais vos esqueçais de que, tanto por palavras como por atos, o perdão das injúrias não deve ser um termo
vão. Pois que vos dizeis espíritas, sede-o. Olvidai o mal que vos hajam feito e não penseis
senão numa coisa: no bem que podeis fazer.
Aquele que enveredou por esse
caminho não tem que se afastar daí, ainda que por pensamento, uma vez que sois
responsáveis pelos vossos pensamentos, os quais todos Deus conhece. Cuidai, portanto,
de os expungir de todo sentimento de
rancor. Deus sabe o que demora no fundo do coração de cada um de seus filhos.
Simeão (ESE, cap. X, 14)
Muita Paz