Editorial - mês junho 2018


“Feliz, pois, daquele que pode todas as noites adormecer, dizendo: Nada tenho contra  o meu próximo.” Quantas vezes perdoarei a meu irmão? Perdoar-lhe-eis, não sete  vezes, mas setenta vezes sete vezes. 

Aí tendes um dos ensinos de Jesus que mais vos devem percutir a inteligência e mais alto falar ao coração. Confrontai essas palavras de misericórdia com a oração tão simples, tão resumida que ensinou a seus discípulos, e o mesmo pensamento se vos deparará sempre.

Ele, o justo por excelência, responde a Pedro: perdoarás cada ofensa tantas vezes quantas ela te for feita; ensinarás a teus irmãos esse esquecimento de si mesmo, que torna uma criatura invulnerável ao ataque, aos maus procedimentos e às injúrias; serás brando e humilde de coração, sem medir a tua mansuetude; farás, enfim, o que desejas que o Pai celestial por ti faça. 
Dai, que o Senhor vos restituirá; perdoai, que o Senhor vos perdoará; abaixai-vos, que o Senhor vos elevará; humilhai-vos, que o Senhor fará vos assenteis à sua direita. Espíritas, jamais vos esqueçais de que, tanto por palavras como por atos, o perdão das injúrias não deve ser um termo vão. Pois que vos dizeis espíritas, sede-o. Olvidai o mal que vos hajam feito e não penseis senão numa coisa: no bem que podeis fazer. 

Aquele que enveredou por esse caminho não tem que se afastar daí, ainda que por pensamento, uma vez que sois responsáveis pelos vossos pensamentos, os quais todos Deus conhece. Cuidai, portanto, de os expungir de  todo sentimento de rancor. Deus sabe o que demora no fundo do coração de cada um de seus filhos.
 
Simeão (ESE, cap. X, 14)

Muita Paz