A Lei dos Destinos* - Lucy Dias Ramos


Estamos fadados a um destino previamente demarcado? Toda a programação de nossas vidas segue um curso natural? Poderemos alterar acontecimentos ou decisões sem incorrer na deliberação já delineada para o nosso progresso moral? ...

 São indagações que muitos fazem e se perturbam ante as incoerências que encontram quando defendem a unicidade da existência terrena.
Entretanto, com a visão espírita, compreendendo a lei da reencarnação que felicita os que a aceitam, com amplo conhecimento em torno das questões acima, fica tudo mais claro e coerente com a justiça divina. Não há como entender a vida sem esse conhecimento em face da diversidade existente em todos os aspectos da vida humana, o que é ressaltado pela misericórdia de Deus a nos conceder a reparação de nossas faltas e um longo caminho de redenção espiritual.

Todavia, sendo dotados da liberdade de pensar e de agir, seremos autores de nosso destino, porque não há fatalidade nos atos da vida moral, pois temos a condição de semear, ao longo da existência, mas colheremos, compulsoriamente, os frutos de nossa sementeira. Seremos felizes e livres, realmente, se formos leais cumpridores de nossos deveres. E teremos toda a assistência espiritual dos Benfeitores Espirituais que nos propiciam o recomeço em cada existência. 

Portanto, na vida física,  em cada etapa delineada para nosso progresso moral e espiritual (provações, resgates e desafios existenciais), nós alicerçamos nossa destinação em bases sólidas.
E se por algum descuido ou imprevidência abandonarmos os deveres assumidos, os Espíritos que nos protegem e ajudam no percurso programado irão nos alertar com avisos, intuições para que não percamos a valiosa oportunidade da reencarnação. 

É uma questão de bom-senso e equilíbrio na concretização da lei do destino de cada um porque Deus, sendo infinitamente bom e justo, deseja a felicidade real no caminho da perfeição moral a que todos estamos destinados.
Tua obra mais bela é tu mesmo. Com teus esforços constantes podes fazer de tua inteligência, de tua consciência, uma obra admirável, de que gozarás indefinidamente. 

Cada uma de tuas vidas é um cadinho fecundo do qual deves sair apto para tarefas, para missões cada vez mais altas, apropriadas às tuas forças e cada uma das quais será tua recompensa e tua alegria. Assim, com tuas mãos irás moldando o teu destino. 

(Léon Denis, “O Problema do Ser, do Destino e da Dor”, FEB, 2003)

* Trecho do livro “Ampliando Horizontes”