Estamos fadados a um destino
previamente demarcado? Toda a programação de nossas vidas segue um curso
natural? Poderemos alterar acontecimentos ou decisões sem incorrer na deliberação
já delineada para o nosso progresso moral? ...
São indagações que muitos fazem e se
perturbam ante as incoerências que encontram quando defendem a unicidade da existência
terrena.
Entretanto, com a visão
espírita, compreendendo a lei da reencarnação que felicita os que a aceitam,
com amplo conhecimento em torno das questões acima, fica tudo mais claro e
coerente com a justiça divina. Não há como entender a vida sem esse
conhecimento em face da diversidade existente em todos os aspectos da vida humana,
o que é ressaltado pela misericórdia de Deus a nos conceder a reparação de
nossas faltas e um longo caminho de redenção espiritual.
Todavia, sendo dotados da liberdade
de pensar e de agir, seremos autores de nosso destino, porque não há fatalidade
nos atos da vida moral, pois temos a condição de semear, ao longo da
existência, mas colheremos, compulsoriamente, os frutos de nossa sementeira. Seremos
felizes e livres, realmente, se formos leais cumpridores de nossos deveres. E
teremos toda a assistência espiritual dos Benfeitores Espirituais que nos
propiciam o recomeço em cada existência.
Portanto, na vida física, em cada etapa delineada para nosso progresso
moral e espiritual (provações, resgates e desafios existenciais), nós alicerçamos
nossa destinação em bases sólidas.
E se por algum descuido ou
imprevidência abandonarmos os deveres assumidos, os Espíritos que nos protegem
e ajudam no percurso programado irão nos alertar com avisos, intuições para que
não percamos a valiosa oportunidade da reencarnação.
É uma questão de bom-senso
e equilíbrio na concretização da lei do destino de cada um porque Deus, sendo
infinitamente bom e justo, deseja a felicidade real no caminho da perfeição moral
a que todos estamos destinados.
Tua obra mais bela é tu
mesmo. Com teus esforços constantes podes fazer de tua inteligência, de tua
consciência, uma obra admirável, de que gozarás indefinidamente.
Cada uma de
tuas vidas é um cadinho fecundo do qual deves sair apto para tarefas, para
missões cada vez mais altas, apropriadas às tuas forças e cada uma das quais será
tua recompensa e tua alegria. Assim, com tuas mãos irás moldando o teu destino.
(Léon Denis, “O Problema do Ser, do Destino e da Dor”, FEB, 2003)
* Trecho do livro “Ampliando
Horizontes”